”A tempera de uma alma é dimensionada na razão direta do teor de poesia que ela encerra” (Horácio Quiroga)

6 de fevereiro de 2011

Paixão

Para que resistir, para que?
Tolice não me entregar por inteiro,
Tão intensamente quanto possa,
E embriagar-me com teu perfume
Que encanta, acalma e excita.
.
Mergulhar nas delícias anunciadas
E sentir palpitar teu corpo macio,
Ungido com óleos sublimes,
Correndo meus dedos trêmulos
Pelas curvas altivas dos teus seios.
.
Possuir-te, enfim, na tarde outonal
Que suscita tão fortes paixões.
Amar-te de forma tão intensa
Que teu prazer transcenda,
De forma absoluta, o plano físico.
.
E na noite recém chegada e morna
Poder, em vigília, velar teu descanso
Qual sentinela atento no minarete
E admirar teu corpo despido,
Repousado entre o azul dos lençóis.

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